sábado, 24 de outubro de 2009

O corpo caindo

Olha para o céu e vê aquele corpo caindo, o céu azul e o corpo caindo de costas, membros soltos ao ar, como um boneco de pano, o redemoinho dos cabelos a mostra, e ele vem, apenas uma imagem rápida na memória – flash, diria alguns – Sentado na grama, digo, deitado na grama, olhando o céu azul com nuvens acumuladas de verão – o corpo caindo – Tanto tempo fazia que não parava para contemplar o movimento frenético das nuvens, apreçadas ao encontro do emaranhado maior, que são as nuvens que encobrem o sol, então, sentiu-se inspirado e imensamente feliz, chapado, sua cabeça trabalhando em ritmos diferentes, a nova Cuba, Porto Rico, Jamaica, algo assim entende, o sangue pulsando mais rápido, fervendo ao calor de uma terça-feira linda, sendo amansado pela brisa das 5 horas da tarde de um verão, que está sendo, pouco palpável, fugitivo das horas, e lá no alto do azul eterno, etéreo que é a imensidão do céu que está sendo um gigante amistoso, cai, nem veloz tão pouco lento, o corpo, aglomerado de carne, sabe-se lá com vida ou inerente a morte, caindo em direção aos olhos meus, apontado ao meu nariz o corpo caindo.

Um comentário:

funeral for horses disse...

gosto muito da sua escrita,faz um bem.