segunda-feira, 30 de julho de 2007

Em minha cabeça

Mamãe vestida de branco
Com o sol batendo no rosto;
Um carrossel na minha cabeça

Papai sempre atrasado
Até sofrer um ano na cama;
Um girassol em minha cabeça

Vovó sempre sendo, apenas sendo!
Memória viva de passado distante;
Uma onda quebra em minha cabeça

Irmã sempre a gritar seu desgosto
Pelados na cama, inocência infantil;
Um pandemônio em minha cabeça

Amigos bebendo, todo sorriso.
E eu nunca conheci ninguém;
Tão triste quanto um domingo à noite

Em minha cabeça.

terça-feira, 24 de julho de 2007

25 de dezembro(deus é um conceito pelo qual medimos nossa dor)

Ruas desertas
Recibos de aluguel
Uma utópica cidade
Utópico papi-noéis
Juras de fim de ano
Dia de sol e calor
O avesso do americano
Natal é nascimento
Parece mais solidão
Hipocrisia
Um puta dia de cão
Merda
Por toda a parte
Papai bonachão
Arrastando no chão
Merda
Por toda parte
Papai capitalista
Egoísta, sem carisma, mercantilista.
Retardo mental, cretinismo.
Papai-capitalismo
Fausto assinando com Mefistófeles
Boas entradas a você
Senhor Classe média padrão
[que vive alegremente, acomodado e conformado de pagar tudo calado sem bancar o empregado sem jamais se aborrecer].

domingo, 22 de julho de 2007

a solidão em paredes vermelhas.



O telefone faz parte da decoração
Pois, ninguém quer te ligar.
E você (imagina) não ousa tocá-lo
Objeto de intercambio tão temido.

Às vezes chega-se a um ponto.
Fazemos muitas coisas a nós mesmos
Esse é o alerta, o ápice mascarado!
Um dia ele te beijará a tez, não há volta.

O azulejo torna-se um grande amigo condicional;
O travesseiro, o melhor abraço jamais dado;
E as flores
Os melhores papos.

O medo quando anoitece;
A loucura atrás do sofá
Zombando de sua existência
A você faz tããão pouco.

E um dia ele te beijará
Na face
E ele ira te beijar, pra sempre
Na face.
E um dia beijará naquilo que não devia
No seu ponto de equilíbrio em paredes frias
Na nossa solidão vermelha que ninguém
Ninguém entende.