sábado, 24 de outubro de 2009

Sobre como sucedeu o nascimento de mui cara nativa em terras tropicais, posteriormente chamada pelo homem ruim - os brancos saídos do mar - de “novo mundo”

No bojo da virgem mata
Esplêndida de vigor e beleza
A boiguaçu corre mansa pelo boiubu
Precipitando o rebento
De Eva Tupinambá

Toda gente corria de déu em déu
Fazendo golhofas e manganagens
E durante a parição, foi o macho mesmo
Que comprimindo o buxo
Fez traquinar a pequena Taína-cã

O cordão umbilical, foi-se nos dente mesmo
Nos peito a mão acolheu a tagarela
No preceito conforme, o pai lhe achatou o nariz
Depois bezuntado em urucum e jenipapo
Pra crescer sabida e sadia, iniciou o itamongavu

Na rede, o pai bravo caçador, convalesceu pra mais de dia
E nem uma brisa poderia pegar
Toda a tribo lhe encheu de mimos e especiarias
Se não for assim não, futuro inserto pra família sim
A junção com a mãe terra, a Vênus, carece de muito entendimento.

O corpo caindo

Olha para o céu e vê aquele corpo caindo, o céu azul e o corpo caindo de costas, membros soltos ao ar, como um boneco de pano, o redemoinho dos cabelos a mostra, e ele vem, apenas uma imagem rápida na memória – flash, diria alguns – Sentado na grama, digo, deitado na grama, olhando o céu azul com nuvens acumuladas de verão – o corpo caindo – Tanto tempo fazia que não parava para contemplar o movimento frenético das nuvens, apreçadas ao encontro do emaranhado maior, que são as nuvens que encobrem o sol, então, sentiu-se inspirado e imensamente feliz, chapado, sua cabeça trabalhando em ritmos diferentes, a nova Cuba, Porto Rico, Jamaica, algo assim entende, o sangue pulsando mais rápido, fervendo ao calor de uma terça-feira linda, sendo amansado pela brisa das 5 horas da tarde de um verão, que está sendo, pouco palpável, fugitivo das horas, e lá no alto do azul eterno, etéreo que é a imensidão do céu que está sendo um gigante amistoso, cai, nem veloz tão pouco lento, o corpo, aglomerado de carne, sabe-se lá com vida ou inerente a morte, caindo em direção aos olhos meus, apontado ao meu nariz o corpo caindo.
Na ameaça de chuva
Sentado na garupa, esperei.
Respirei
Muita fumaça

E se fumasse meu último cigarro
No meu bolso esperando, como eu esperei.
Na esquina
Demonstraria prova de grande argúcia.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Na fresta vejo, em meio a fauna fosca
Teu corpo nu, entre cascata motorizada

Tua mão segura pequena luz do advento industrial
Teu corpo és, visto daqui
Muito
Muito
Muito emblemático

Formas formosas brancas belas
Força-me a ter contigo, relação erótica.

As anotações parcas são, quando em mãos, o braile
19 anos, os braços alcançam muitas coisas peligrosas